A Dona Plasticina tem cabelo cor-de-rosa-choque e gosta do Fernando Pessoa. Vai à escola dos piratas no dia de Carnaval ler a Mensagem. Leva uma garrafa, distribui copos pelos miúdos mascarados e, antes de soltar um Ó mar salgado pede para todos meterem o dedo no copo e para o levarem à boca.
Alguém sabe o que é? Água do mar? Quase. Pois é: água salgada. Nós bebemos água salgada ou doce? Doce, pois é. Mas não é só no mar que há água salgada. Onde é que há água salgada, sabem? Não, na chuva não. Nos rios também não: essa é doce. Na comida quando está salgada não comemos, não é? Eu conto-vos: é nas lágrimas. As lágrimas também são salgadas, sabiam?
Por isso é que o Fernando Pessoa pergunta ao mar quanto do teu sal são lágrimas de Portugal. Quando os navegadores partiam nas caravelas, deixavam os filhos, as mães e as noivas com medo que lhes acontecesse alguma coisa. E quando temos medo que aconteça alguma coisa choramos, não é?
Então, quem é que já provou as lágrimas? Tu já? Três lágrimas? Ena, tantas. Cinco? Uau! E então, eram salgadas? E tu também? Boa! Todos provaram. Ai não? Então da próxima vez que chorarem experimentem provar as lágrimas, combinado? Ótimo. Ai tu não? Não podes? A sério que não deixa? Oh...
A mãe do pirata da Sala Vermelha é favor levantar a proibição de ele provar as lágrimas. Pelas alminhas. Obrigada.
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