sábado, 2 de maio de 2015
generation gap.
Eu sou o médico e tu estás doente. Deita-te aí. Então o que é que se passa, senhora? Ah, deixa ver. Tens uma otite nas pernas. Precisas de uma pica. Vais ser corajosa, está bem? Não custa nada. Já está. Agora vou ter de operar. À barriga. Vira-te para cima. Está bem, pode ser aí de lado. Mostra o umbigo, posso ver? Vou abrir um buraco com este lápis, está bem? Não custa nada. Ah: primeiro vou ter de te matar. Respira aqui a anestesia. Respira fundo. Três vezes. Uma. Duas. Três. Já está. Agora já operei. Mãe, já está. Mãe, já está! Acorda! Uh-uh. Ah. A anestesia, já percebi. Agora vou medir-te a febre. Já está. Deixa ver. Tens noventa quilos de febre. Estás-te a rir porquê? Já acabou a consulta. O número de contribuinte, por favor? Dois zero nove, seis oito cinco, pronto. Já está. Aqui está a fatura, senhora. Sabias que eu sou o teu filho? A sério, a fingir que eu sou o teu filho e tu tens noventa anos. Estás contente? Sim, sou médico. Estás contente? Então a minha casa é a tua! Estive a viver contigo! Tenho 40 anos. Então agora ficas aí deitada? Mâe! Levanta-te! Mã-ãe!
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