terça-feira, 9 de dezembro de 2014

contar.

A grande vantagem de se dormir pouco é desfazer pouco a cama. Reformulo. A ÚNICA vantagem de se dormir pouco é desfazer pouco a cama. Cai-se nos lençóis e acorda-se cinco minutos depois na mesma posição. Isto partindo do princípio de que o cansaço não nos causa a espertina. Depois vai-se tomar banho, veste-se uma roupa diferente, e ala que se faz tarde. Basta, portanto, puxar as orelhas à cama e beber um café a mais. Poupa-se tempo.

Não.

Perde-se.

Esta bem pode ser mais uma daquelas histórias que circulam na Net sem fundamento nenhum. Aliás, uma amiga falou-me dela, fui investigar e não encontrei o estudo, portanto tenho de relatar/inventar, sem pôr aqui o link, com base no que me foi contado.

Numa universidade qualquer dos estados unidos (sim, lá onde os processos contra a temperatura do café da mcdonalds e contra a falta de asas no red bull dão direito a vitórias no tribunal), terão testado os efeitos da privação do sono num estudante de engenharia saudável com uma vida social ativa e bons resultados académicos. Privaram-no do sono durante um dia (easy peasy, quem é que nunca fez isso para entregar um trabalho, na maratona de estudar em cima do joelho ou para ir diretamente da discoteca para a faculdade?). Dois dias. Parece que o rapaz queria fechar a pestana, e a equipa começou a ter trabalho. Uns abanões e siga para o terceiro dia. Ia-se falando com ele (começas a ter mau aspeto, tu, e não, não é desses elétrodos todos aí nos neurónios), perguntando coisas simples como designações de animais ou os dias da semana. Quarto dia. Luzes, toques, ruídos, estímulos, toca lá a ficar acordado que a gente tem de ver no que dá isto. Ora diz lá o teu nome completo. Difícil? É nada! Quinto. Sexto dia. Sexta noite. Ou dia. Ou noite. Quem sou eu? O que é nome? Ao fim do sétimo dia, a equipa terá decidido parar. Um a dez, contar de um a dez, o que dizem eles, contar de um a dez?. Um. Dez. Parece que o moço não conseguiu, não conseguiu contar, um… cinco… Os investigadores recearam efeitos irreversíveis e uma consciência pesada demais para sustentar os resultados de um estudo espantoso num seminário ou numa conferência internacional.   

Deve ser treta, claro. Ou teria encontrado o estudo na Net.
Mas sim, perde-se. Não há cama por desfazer que pague a falta de sono. Nem que compense. Nem é nada que se reaveja. Perde-se-lhe o rasto.
Perde-se. Evidentemente perde-se.

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete. Oito. Nove. Dez.

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