Escolhe um poema para mim e
oferece-me. Não preciso que gastes dinheiro em livros. Não quero livros de
poemas. Telefona. Preciso de ouvir a tua voz para mim.
A boa notícia é que escusas de dar à
chave da ignição. Podes ir passear atrás ao jardim e ligar. É a melhor prenda
que me dás: relaxa enquanto passeias, agarra o telemóvel e diz que gostas de
mim.
Alguma vez mo disseste? Diz porque eu sou uma boa amiga, uma boa mulher,
uma melhor pessoa. Faz-me ver que é isso, e que se nota, e que valho tanto. Oferece-me
pastilhas de estima, leva a que queira sorrir ao espelho. Guarda o subsídio para
andares menos stressado com as contas e mais disponível. Sorri. Sorri mais e
para mim.
Dá-me um abraço. Se estiveres por aí
manda um sms no dia de natal, só para mim, que estou farta de sms enviados para
mim e mais cem, e avisa que tens algo importante para me dar depois. E depois,
quando me vires, dá-me um abraço. E será isso. Será essa a tua prenda de natal.
Estou à espera que ligues. Não
preciso de perfumes, não preciso de livros. Não quero as tuas cuecas azuis, pá.
Não preciso de prendas. Meias, camisolas interiores, não preciso de nada.
Escreve-me uma carta. Pode ser no
verso da fatura da luz, pouco importa. Pode ser a caneta de feltro. Escreve
sobre o que eu tenho de bom e faz-me gostar de mim.
Não saias no fim de semana a correr
para comprar o que não interessa. Fica comigo a dar-me o que preciso. E se não
estiveres cá arranja uma maneira.
Feliz Natal.
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