sábado, 20 de dezembro de 2014

o espírito.

Escolhe um poema para mim e oferece-me. Não preciso que gastes dinheiro em livros. Não quero livros de poemas. Telefona. Preciso de ouvir a tua voz para mim.

A boa notícia é que escusas de dar à chave da ignição. Podes ir passear atrás ao jardim e ligar. É a melhor prenda que me dás: relaxa enquanto passeias, agarra o telemóvel e diz que gostas de mim. 

Alguma vez mo disseste? Diz porque eu sou uma boa amiga, uma boa mulher, uma melhor pessoa. Faz-me ver que é isso, e que se nota, e que valho tanto. Oferece-me pastilhas de estima, leva a que queira sorrir ao espelho. Guarda o subsídio para andares menos stressado com as contas e mais disponível. Sorri. Sorri mais e para mim.

Dá-me um abraço. Se estiveres por aí manda um sms no dia de natal, só para mim, que estou farta de sms enviados para mim e mais cem, e avisa que tens algo importante para me dar depois. E depois, quando me vires, dá-me um abraço. E será isso. Será essa a tua prenda de natal.

Estou à espera que ligues. Não preciso de perfumes, não preciso de livros. Não quero as tuas cuecas azuis, pá. Não preciso de prendas. Meias, camisolas interiores, não preciso de nada.

Escreve-me uma carta. Pode ser no verso da fatura da luz, pouco importa. Pode ser a caneta de feltro. Escreve sobre o que eu tenho de bom e faz-me gostar de mim.

Não saias no fim de semana a correr para comprar o que não interessa. Fica comigo a dar-me o que preciso. E se não estiveres cá arranja uma maneira.


Feliz Natal.

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